RECURSOS E
ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA ALUNOS COM TGD/TEA
Segundo VYGOTSKY
(2000), as tecnologias podem ser concebidas através da teoria sócio-histórica
como instrumentos culturais de aprendizagem. A questão da cultura permeia toda
a obra de Vygotsky. Ela é referenciada como um produto e produtor, ao mesmo
tempo, da vida socializada e da atividade social do homem.
O Comitê
de Ajudas Técnicas - CAT conceitua a Tecnologia
Assistiva como sendo uma área do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social.
Considerando a Tecnologia
Assistiva, podemos citar como exemplos de recursos de Baixa Tecnologia
destinada aos alunos que apresentam TGD/TEA: pranchas de comunicação, mesa, prancha de olhar, avental, cartões,
cadernos de comunicação, porta documentos/cartões, álbum de fotografias, etc. Entre
os quais, podemos conceituar e apresentarmos
dois exemplos de recursos:
Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.
Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos
ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro
de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do
olhar.
Os Símbolos de Comunicação Pictórica (PCS) formam
um sistema de comunicação completo com mais de 11.000 símbolos e foram originalmente desenhados para criar,
rápida e economicamente, recursos de comunicação consistentes e com acabamento
profissional. São utilizados extensivamente em inúmeros tipos de atividades de
aprendizado e pesquisas científicas. Os símbolos PCS apresentam grande
transparência e inteligibilidade e foram criados no início dos anos 80 pela
fonoaudióloga americana Roxanna Mayer Johnson, compondo atualmente o conjunto
de símbolos mais difundido em todo o mundo.
Estes
símbolos podem ser utilizados como Estratégias Pedagógicas:
As
pranchas de comunicação e os aventais podem ser utilizados como estratégias
pedagógicas, destinadas ao
público
de alunos que apresentam TGD/TEA, na faixa etária de 02 a 16 anos de idade. Podem ser utilizados e explorados considerando os
vários ambientes em que a criança esteja inserida. As figuras escolhidas para construir
as pranchas de comunicação e os aventais devem corresponder ao contexto de vida
real da criança para que possa surtir o efeito esperado e demandar funcionalidade
ao tema proposto.
Considerando
o ambiente escolar, as pranchas de comunicação e os aventais permitem intervenções
aos professores que podem utilizar
esses recursos para facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno
através de contação de histórias, orientação de Atividades de Vida
Diárias-AVD’s, estabelecimento de regras de hábitos de higiene e saúde,
desenvolvimento do raciocínio lógico, conhecimento dos animais, entre outras
atividades. Estas atividades podem ser adotadas de forma individual e coletiva
por professores de AEE, sala de aula comum, Biblioteca, laboratório de
informática, etc. pela capacidade
de alcance e simplicidade que as mesmas trazem.
Os recursos
tecnológicos sugeridos devem ser utilizados com o objetivo de promover mediação
entre o aluno e seus pares em um processo de interação com uso da comunicação e
linguagem para que os mesmos interajam com o objeto.
Ressalta-se
que as pranchas de comunicação podem ultrapassar o ambiente escolar, pois o foco
das atividades consiste na ampliação das formas de comunicação, no
comportamento e na interação social
da criança. Assim, estendendo-se ao ambiente do contexto de vida familiar e
social da criança a exemplo de fotos e figuras de objetos pessoais da criança e
dos demais familiares com o objetivo de estabelecer a comunicação e linguagem
para a vida prática, autonomia e independência da mesma, bem como auxiliar no
seu processo de desenvolvimento cognitivo e emocional.
“Para as pessoas sem
deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com
deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993).
Referências:
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/recursos-na-caa
[acesso em 28/05/2014].
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ [acesso em 28/05/2014].
http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html [acesso em 28/05/2014].
http://www.clik.com.br/mj_01.html [acesso em 28/05/2014].
Boa Noite!
ResponderExcluirMaria José, Parabéns! Pelo seu trabalho, realmente os recursos tecnográficos e tecnológicos acimas descritos são essencial
para o desenvolvimento e descobertas das potencialidades das crianças com TGD/TEA.