domingo, 29 de junho de 2014

REFLETINDO A EDUCAÇÃO ESPECIAL COM BASE NO TEXTO: “O MODELO DOS MODELOS” DE ITALO CALVINO

Refletindo a Educação Especial com base no texto:
“O modelo dos modelos” de Italo Calvino

A ideia de contextualizarmos a Educação Especial com o texto “O modelo dos modelos”, de Italo Calvino nos remete aos grandes desafios contidos na nossa Constituição Brasileira de 1988, quando determina no Capítulo III, da Educação, da Cultura e do Desporto, Artigo 205, que prescreve: "A educação é direito de todos e dever do Estado e da família". Em seu Artigo 208, prevê: “[...] o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino".
Essa imposição nos leva a crer que a história da Educação Especial no Brasil já deve ter passado por variados modelos de atendimentos com vistas a uma educação que permeasse os obstáculos perenes das necessidades educacionais apresentadas pelos alunos com deficiências.  

Para Teresa Mantoan, a evolução dos serviços de educação especial caminhou de uma fase inicial, eminentemente assistencial, visando apenas ao bem-estar da pessoa com deficiência para uma segunda, em que foram priorizados os aspectos médico e psicológico. Em seguida, chegou às instituições de educação escolar e, depois, à integração da educação especial no sistema geral de ensino. Hoje, finalmente, choca-se com a proposta de inclusão total e incondicional desses alunos nas salas de aula do ensino regular.
Apoiados nesse pensamento, acreditamos que nos modelos pedagógicos não existam receitas prontas para o professor de AEE atender, de maneira a contentar todas as expectativas do processo de ensino e aprendizagem da educação inclusiva, mas sim, um querer atuar de maneira a intensificar a busca pelo conhecimento que seja capaz de auxiliar na efetivação do direito ao acesso à educação e a oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE, criando condições para a plena participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas comuns de ensino regular e nos centros de educação especial”.
Ressaltamos a importância de cumprir as leis que dão sustentação à inclusão, sobretudo, precisamos colocar em prática o que já está legalmente garantido para que a diversidade seja respeitada e valorizada, e assim proporcionarmos a todos os seres humanos o desenvolvimento integral de suas habilidades e potencialidades favorecendo e reconhecendo o direito às diferenças.
Dessa forma, cabe a nós professores do AEE, trabalharmos de forma colaborativa com o professor da classe comum para definir estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso e permanência do aluno com necessidades educacionais especiais ao currículo e a sua interação no grupo; promover as condições desses alunos em todas as atividades da escola; orientar as famílias para o seu envolvimento e sua participação no processo educacional; informar a comunidade escolar frente à legislação e normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional; participar do processo de identificação e tomadas de decisão inerente ao atendimento das necessidades especiais dos alunos; preparar materiais específicos para o uso dos alunos na sala de recursos; orientar a elaboração de material didático - pedagógico que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular e articular, com gestores, coordenadores e professores para que o projeto político pedagógico da instituição de ensino se organize coletivamente considerando os aspectos da educação inclusiva.