quinta-feira, 29 de maio de 2014

RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA ALUNOS COM TGD/TEA

RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA ALUNOS COM TGD/TEA

Segundo VYGOTSKY (2000), as tecnologias podem ser concebidas através da teoria sócio-histórica como instrumentos culturais de aprendizagem. A questão da cultura permeia toda a obra de Vygotsky. Ela é referenciada como um produto e produtor, ao mesmo tempo, da vida socializada e da atividade social do homem.
 O Comitê de Ajudas Técnicas - CAT conceitua a Tecnologia Assistiva como sendo uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
 Considerando a Tecnologia Assistiva, podemos citar como exemplos de recursos de Baixa Tecnologia destinada aos alunos que apresentam TGD/TEA: pranchas de comunicação, mesa, prancha de olhar, avental, cartões, cadernos de comunicação, porta documentos/cartões, álbum de fotografias, etc. Entre os quais, podemos conceituar e apresentarmos dois exemplos de recursos:

Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.



Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do olhar.



Os Símbolos de Comunicação Pictórica (PCS) formam um sistema de comunicação completo com mais de 11.000 símbolos e foram originalmente desenhados para criar, rápida e economicamente, recursos de comunicação consistentes e com acabamento profissional. São utilizados extensivamente em inúmeros tipos de atividades de aprendizado e pesquisas científicas. Os símbolos PCS apresentam grande transparência e inteligibilidade e foram criados no início dos anos 80 pela fonoaudióloga americana Roxanna Mayer Johnson, compondo atualmente o conjunto de símbolos mais difundido em todo o mundo.

Estes símbolos podem ser utilizados como Estratégias Pedagógicas:


As pranchas de comunicação e os aventais podem ser utilizados como estratégias pedagógicas, destinadas ao público de alunos que apresentam TGD/TEA, na faixa etária de 02 a 16 anos de idade. Podem ser utilizados e explorados considerando os vários ambientes em que a criança esteja inserida. As figuras escolhidas para construir as pranchas de comunicação e os aventais devem corresponder ao contexto de vida real da criança para que possa surtir o efeito esperado e demandar funcionalidade ao tema proposto.
         Considerando o ambiente escolar, as pranchas de comunicação e os aventais permitem intervenções aos professores que podem utilizar esses recursos para facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno através de contação de histórias, orientação de Atividades de Vida Diárias-AVD’s, estabelecimento de regras de hábitos de higiene e saúde, desenvolvimento do raciocínio lógico, conhecimento dos animais, entre outras atividades. Estas atividades podem ser adotadas de forma individual e coletiva por professores de AEE, sala de aula comum, Biblioteca, laboratório de informática, etc. pela capacidade de alcance e simplicidade que as mesmas trazem.
      Os recursos tecnológicos sugeridos devem ser utilizados com o objetivo de promover mediação entre o aluno e seus pares em um processo de interação com uso da comunicação e linguagem para que os mesmos interajam com o objeto.
Ressalta-se que as pranchas de comunicação podem ultrapassar o ambiente escolar, pois o foco das atividades consiste na ampliação das formas de comunicação, no comportamento e na interação social da criança. Assim, estendendo-se ao ambiente do contexto de vida familiar e social da criança a exemplo de fotos e figuras de objetos pessoais da criança e dos demais familiares com o objetivo de estabelecer a comunicação e linguagem para a vida prática, autonomia e independência da mesma, bem como auxiliar no seu processo de desenvolvimento cognitivo e emocional.

“Para as pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993).


Referências:
http://www.clik.com.br/mj_01.html [acesso em 28/05/2014].